O ano de 2020 estava gerando grandes expectativas no setor de turismo. Afinal, só no Brasil, 10 feriados prolongados eram previstos ao decorrer do ano. Todavia, devido ao novo coronavírus, a maioria deles, comemorados durante a quarentena, foram suspensos.
Um dos principais exemplos de como isso afetou o turismo está em Minas Gerais, onde as cidades históricas não tiveram os eventos da Semana Santa que sempre atrai visitantes de todo o país. O calendário religioso também não rendeu festividades a Belo Horizonte, no dia de São José, padroeiro da cidade – cuja igreja, localizada na região central, está fechada desde meados de março.
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Turismo (OMT), somente no primeiro trimestre deste ano, a pandemia de COVID-19 causou uma queda de 22% no trânsito de turistas.
Com o início da quarentena, fechamento de aeroportos e restrições de viagens, a queda chegou em 57% – e apenas durante o mês de março. Isso reflete, basicamente, em 67 milhões de viagens internacionais, e US$ 80 bilhões em exportações do turismo, que não vão acontecer.
O estudo Impacto Econômico da covid-19 e Propostas para o Turismo Brasileiro, realizado pela FGV Projetos, revela que o PIB do setor no Brasil pode ter uma queda de 38,9% de faturamento em relação a 2019, que chegou a R$270,8 bilhões.
Por mais que existam inúmeros projetos de lei para suspender feriados, adiar datas comemorativas para o segundo semestre ou antecipar os recessos durante o ano, o impacto no turismo é significativo.
Em suma, por mais que empresas e instituições de turismo consigam encontrar meios de geração de receita, não dá para reaver o tempo perdido. Essa é uma herança da pandemia com a qual todos nós, profissionais de turismo e/ou turistas, vamos ter de lidar.
Mudanças nas datas comemorativas
Até então, o isolamento social é a principal medida para frear o avanço do novo coronavírus. Sendo assim, a maioria dos serviços não essenciais estão suspensos por tempo indeterminado. Inclui-se, nesse grupo, as atividades turísticas.
A Alemanha, por exemplo, está aos poucos aliviando algumas restrições da quarentena. Todavia, o governo eliminou qualquer expectativa do setor de turismo em relação às férias, já que o país fez um alerta contra viagens em todo o mundo até 14 de junho.
As datas comemorativas são eventos que movimentam o comércio nacional e colaboram com o lucro de pequenas e grandes empresas. Porém, durante o cenário atual de pandemia, diversos setores que se beneficiam desses recessos se encontram enfraquecidos. Sendo assim, em respeito ao isolamento social, e por questões econômicas, alguns feriados terão de ser “reagendados”.
O Dia das Mães é uma data das principais datas comemorativas para a economia que faz parte do calendário do primeiro semestre. Entretanto, neste ano, diversos municípios vêm estudando a possibilidade de que a data seja adiada para o final de agosto.
Em São Paulo, tal mudança foi proposta pelo governador, mas não foi bem recebida por alguns comerciantes. Em geral, o setor defendeu a manutenção da data em maio. Por mais que a proposta tenha sido feita, a decisão do adiamento da data não cabe somente ao Estado – e, por isso, o dia das mães vai ocorrer no próximo domingo, de qualquer jeito, em todo o Brasil.
Existe a possibilidade da reabertura de alguns setores econômicos em São Paulo a partir do dia 11 de maio, o que vai depender do aumento ou não curva de contágio do vírus.
Outra grande alteração nas datas comemorativas se refere ao cancelamento das festas juninas. O São João é uma época do ano famosa, por ser altamente cultural e por atrair muitos turistas para as cidades nordestinas. Contudo, com o intuito de evitar aglomerações, essas festividades foram canceladas em diversos municípios, sendo 15 delas só na Bahia.
Em relação ao segundo semestre do ano, os principais feriados serão mantidos até segunda ordem. São eles o dia da Independência (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Finados (2 de novembro) e o dia da Consciência Negra (20 de novembro).
Como isso impacta o turismo?
As datas comemorativas eram vistas por muitos turistas como uma oportunidade de realizar viagens, principalmente no contexto de “feriado prolongado”. Porém, até que exista uma estabilidade – por menor que seja – em relação à pandemia de coronavírus, isso será impossível.
A atual realidade impacta negativamente no setor de turismo, uma vez que diversos voos, reservas e viagens têm sido cancelados, e para as empresas, hotéis e comerciantes que trabalham nesse setor, o cenário é preocupante.
Por isso, neste momento, é preciso tomar todos os cuidados e seguir as recomendações dos principais órgãos de saúde para que essa crise passe o quanto antes. E, em complemento, tentar pensar novas formas de promover o turismo dentro de casa – tema que também já abordamos aqui no blog e pode ser de boa ajuda.
O que você achou dessas mudanças e como vê o impacto do adiamento de datas comemorativas no turismo? Deixe um comentário e vamos continuar a conversa.