No mundo todo, o turismo representa um número significativo quando se fala em economia. No Brasil, em 2017, dados do Ministério do Turismo registraram que o setor foi responsável por 7,9% do PIB nacional, além de ter gerado 6,59 milhões de empregos. Assim, o turismo gera oportunidades de negócio para grandes conglomerados e, também, para pequenos empreendimentos, como pousadas e restaurantes locais.
Além desse fator, a atividade turística traz desenvolvimento e melhorias na infraestrutura, uma vez que busca ofertar cada vez mais benefícios aos turistas. Analisando esses fatores, fica claro o impacto da situação atual da pandemia do coronavírus nesse mercado.
Tal impacto se deve ao fato de que a maior força do vírus é sua velocidade de contaminação e propagação. Em uma pesquisa feita na Universidade Harvard, foi registrado que 40% a 70% da população mundial pode ser contaminada. Por causa disso, diversas medidas têm sido adotadas nos países, como o isolamento social, o isolamento de cidades por completo e o fechamento de fronteiras.
Tudo isso abala o setor de turismo, já que diversas viagens, voos e reservas têm sido cancelados – para as empresas que trabalham com esses produtos, a preocupação é crescente.
Os números das atividades turísticas no Brasil já registram todo esse impacto. Segundo estudo feito pelo economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), já na primeira quinzena de março o Brasil perdeu 2,2 bilhões de reais dentro das atividades turísticas – o que equivale a uma redução de 16,7% se comparado ao mesmo período de 2019.
Esse cenário de más notícias, no entanto, não é exclusividade do país: é mundial. Instituições econômicas começam a estimar quebras e falências de pequenas empresas da área em vários pontos do mundo. A Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav) já começou a apontar impactos e prever a situação como a maior crise vivenciada pelo turismo na era atual.
O ramo das empresas aéreas também já mostra estatísticas adversas, causadas pela pandemia do coronavírus. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abaer) informou que as empresas registraram 30% de queda na demanda por voos domésticos e diminuição de 50% nas viagem internacionais, comparado ao mesmo período de 2019. Um dos motivos óbvios é o fechamento de fronteiras por todo o globo.
Além das companhias aéreas, diversos outros setores relacionados às atividades turísticas também sofrem, como o ramo hoteleiro. Na China, a rede de hotéis Mariott fechou cerca de 90 unidades. E, com isso, as previsões apontam um prejuízo de 25 milhões de dólares mensais. No Brasil, pousadas e pequenos hotéis, como os das cidades históricas de Minas Gerais, também operam de portas fechadas desde meados de março – o que deve ser catastrófico para as empresas e as cidades a longo prazo.
Em conclusão, com toda essa situação, atípica para a era atual, cidades que antes apresentavam aglomerações de turistas têm ficado desertas – e o maior exemplo disso talvez seja Nova York. Contextos como o da cidade mais cosmopolita do mundo têm preocupado cada vez mais outros empresários do ramo.
Contudo, nem tudo é – ou, pelo menos, precisa ser – desastroso. Mesmo passando por esse momento, já estão sendo realizadas propostas para auxiliar as empresas do setor de turismo a perpassar o obstáculo. No Brasil, o Ministério do Turismo divulgou um manual sobre o coronavírus voltado especificamente ao ramo, dando dicas e orientações para empreendimentos turísticos.
Além disso, outras ações estão sendo elaboradas por diversas organizações, buscando inovações com o objetivo de não deixar o ramo desamparado. Afinal, sobreviver à situação, tanto na questão da vida humana quanto do empreendimento, é prioridade.