A COVID-19, doença declarada, recentemente, como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, impactou de forma drástica a vida de todos. No setor de turismo, os números são altíssimos – e muito negativos. Só no mês de março, o Brasil sofreu, no ramo, um prejuízo de 14 bilhões de reais.
No Rio de Janeiro, por exemplo, cerca de 60 hotéis já se encontram fechados.
Assim, tem-se falado muito sobre os impactos da falta das atividades turísticas, por exemplo, na Semana Santa, além do adiamento de eventos e festas, como as de São João e o cancelamento das férias de julho.
Anteriormente, previa-se, para 2020, por parte da Organização Mundial do Turismo (OMT), um crescimento global de 3% a 4% no setor. Agora, começamos a ver decréscimos que projetam, na verdade, uma queda de 20% a 30%. Com esses números estamos falando de um prejuízo de até 450 bilhões de dólares em todo o mundo.
Sobreviver a esse cenário é um desafio para as empresas, inclusive depois que a questão do vírus passar, já que muita coisa pode mudar nesse meio tempo.
Com a economia impactada, quando tudo começar a voltar à normalidade, ainda assim, as pessoas terão que lidar com suas finanças, com um menor poder aquisitivo e, consequentemente, com cortes de gastos. Nesse contexto, as principais atividades cortadas serão aquelas consideradas supérfluas – como as de entretenimento e turismo, por exemplo.
Questiona-se, pois, quais são as previsões para o turismo pós-coronavírus. E é pensando nesse cenário que muitas pessoas são incentivadas a não cancelar os planos e viagens, mas reagendar os passeios.
Potenciais cenários turísticos pós COVID-19
Depois que tudo passar, os países vão precisar do dinheiro movimentado pelo turismo. A própria OMT estima que o setor pode demorar de cinco a sete anos para recuperar as perdas do ano de 2020. Sendo assim, remarcar as atividades turísticas colabora com a crise pós-pandemia.
Para mais, nas previsões de profissionais e acadêmicos da área, vê-se a tendência de novos hábitos de consumo depois da crise. A diretora da Pires Destinos e Eventos, Janine Pires, aponta uma possível demanda por atitudes sustentáveis, incluindo a procura por destinos em que o meio ambiente esteja em evidência.
Além disso, muito provavelmente, as pessoas passarão a evitar lugares com excesso de turistas, fugindo das aglomerações.
No Brasil, ações para colaborar com as empresas do setor são estudadas. No dia 8 de abril, por exemplo, foi publicada uma medida provisória que dispensa as empresas de turismo e cultura de fazer o reembolso imediato de serviços cancelados por causa da pandemia.
Com a medida, em vez de devolver o dinheiro, a empresa pode optar por remarcar os serviços, as reservas e eventos cancelados, disponibilizar crédito para uso de abatimento na compra de outros serviços das mesmas empresas ou firmar outro acordo com o consumidor.
A medida alcança o setor de cultura, alguns estabelecimentos comerciais e o turismo – meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos e acampamentos turísticos.
A Organização Mundial do Turismo também busca medidas para atender ao setor. Em um relatório divulgado no início de abril, o órgão forneceu algumas recomendações para que os países sustentem os empregos e se recuperem da crise.
Entre as principais recomendações, muitas estão relacionadas à retenção de empregos, apoio a trabalhadores autônomos, garantia de liquidez, promoção do desenvolvimento de habilidades e revisão de impostos, taxas e regulamentos relativos ao turismo.
Além disso, indicam o fornecimento de estímulo financeiro e o levantamento de restrições de viagem. Quando o cenário permitir, pode ser que a concessão de vistos seja facilitada, aumentando a confiança do consumidor será maior.
Em suma, são recomendações para que o turismo também seja inserido no centro das políticas e planos de ação de recuperação, já que essa é uma área vital para a economia dos países.
No presente contexto, todos estão muito atentos aos valores das corporações, como a transparência e a solidariedade. Por isso, nesse momento, é preciso investir em comunicação, mantendo-se mais próximos aos cliente – por exemplo, pelas redes sociais.
Como você acha que o setor do turismo vai estar depois da pandemia – e o que ele pode fazer para se recuperar melhor? Deixe um comentário e vamos continuar a conversa.