O setor de turismo e da hotelaria são dois dos mais afetados pela crise do novo coronavírus. Um dos motivos que leva a esse cenário é, justamente, o crescente avanço da pandemia pelo mundo, o que tem feito com que as pessoas deixem de viajar.
O isolamento social, até o momento, tem sido a única medida de prevenção contra a COVID-19. Por esse motivo, e com as demandas reduzidas, companhias aéreas, restaurantes e hotéis enfrentam um período muito turbulento.
De acordo com dados publicados pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), o impacto das medidas o para conter o avanço do vírus têm gerado grande prejuízo nas operadoras de turismo do Brasil. Até então, os números de adiamento e cancelamento de viagens somam 3,9 bilhões de reais.
No balanço feito pela Braztoa, a porcentagem de cancelamentos chegou a 94,2% em viagens marcadas para maio. Para junho, calcula-se o percentual de 63,5% de viagens adiadas e canceladas. Os números também indicam um possível cenário para 2021, no qual, até então, 3,8% de adiamentos e cancelamentos estão estimados.
A baixa demanda de serviços disponibilizados por operadoras de turismo, resultou na diminuição dos preços de pacotes de viagem – que, em sua maioria, agrupam passagens aéreas e hospedagens.
Segundo dados compartilhados por uma matéria da IstoÉ, a perda do faturamento das operadoras em 2020 chegou a 25% da quantia referente ao ano passado, que foi de 15,1 bilhões de reais.
Inúmeras empresas do segmento hoteleiro vêm buscando formas de lidar com o cenário de quarentena, enquanto já pensam, também, no cenário pós coronavírus. Nesse grupo incluem-se as startups de hospedagem.
Sem a movimentação de hóspedes, como será que elas estão se saindo?
Um novo cenário para as startups de hospedagem
A pandemia fez com que grande parte do setor hoteleiro suspendesse suas atividades. Medidas foram tomadas, principalmente, com a finalidade de diminuir a curva de contágio e preservar a saúde de funcionários e hóspedes.
Além disso, claro, as atividades de turismo mundo afora, no que tange às cidades e suas atrações, estão completamente paradas. Um exemplo é o complexo de parques da Disney, na Flórida, que estão fechados até segunda ordem. Se o parque não abre, não há motivo para que os hotéis o façam.
Por isso, não é surpresa ver inúmeras startups de hospedagem afetadas pelo novo (e inóspito) cenário. O AirBNB, cuja ideia surgiu a partir da crise econômica em 2008, é uma das que mais sentiu o impacto financeiro.
Com cerca de sete milhões hospedagens, espalhadas por mais de 200 países, a crise do COVID-19 reduziu drasticamente o número de reservas por todo o globo, dentro da plataforma. De acordo com a a consultoria AirDNA, a procura por quartos caiu mais de 70% em países europeus e asiáticos.
Recente no Brasil, a startup indiana Oyo também encontrou obstáculos com a pandemia. Devido à redução da procura por reservas, a empresa fez um corte massivo no número de funcionários. Estima-se que o número de colaboradores desligados da companhia ao redor do mundo seja de 5 mil – sendo, aproximadamente, 500 deles brasileiros.
As consequências desse atípico 2020 geram uma instabilidade no setor da hotelaria que, por ora, não pode ser medida com precisão. Como não existiam ações emergenciais para lidar com a saúde financeira do setor hoteleiro, incluindo as pessoas que cedem seus próprios imóveis às agendas de hospedagem, o que se viu foi um congelamento total de faturamentos e receitas por todo o mundo.
Algumas empresas do ramo estão contando com a ajuda de fundos de doação, doados por outras corporações. Além disso, vários especialistas do setor buscam outras formas de enfrentar os novos obstáculos.
Uma delas é a Experiência Online disponibilizada pelo AirBNB. Através dessa iniciativa os turistas realizam viagens sem sair de casa. Dessa forma, os hóspedes e anfitriões conseguem reunir amigos via internet e realizar atividades juntos, como meditação ou aulas de culinária.
Essa experiência acontece através do aplicativo de videoconferência Zoom. Para os anfitriões, as atividades são disponibilizadas gratuitamente. Já para os novos clientes, os preços variam de US$ 1 e US$ 40.
Outras startups estão buscando inovações de infraestrutura para sobreviver a esse momento delicado. Afinal, o que resta a muitas empresas é utilizar esse momento para realizar manutenções e planejar possíveis mudanças – como, por exemplo, a modernização dos serviços oferecidos.
Inovar pode ser a saída para o pós-coronavírus
Em se tratando de turismo, é inevitável que o cenário esperado para os próximos meses seja de instabilidade. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), estima-se que a recuperação do setor seja mais lento do que os demais, correndo o risco de levar dois anos até a recuperação total do PIB mundial de 2019.
Já para o ramo da hotelaria, internacional e nacional, a retomada das atividades vai demandar tempo e muito planejamento, já que as empresas vão depender da abertura das cidades.
Nesse ponto, buscar novas soluções para prestar “velhos” serviços pode ser a forma de dar a volta por cima. Se inovar era uma ideia para o futuro, por exemplo, essa é a hora de trazer as ações acerca desse objetivo para o presente. Quem aproveitar o momento para rabiscar possibilidades e estudar os novos hábitos de consumo pode sair na frente da concorrência quando a abertura das cidades – e das fronteiras – acontecer.
Até lá, é preciso tomar os cuidados necessários para achatar a curva de contágio do novo coronavírus. Somente assim é possível vislumbrar a retomada das atividades econômicas do setor de turismo.
O que você acha que as startups de hospedagem, e as pequenas empresas do ramo, poderiam fazer para sobreviver à quarentena? Deixe um comentário e vamos continuar a conversa.