A história dos povos é contada através da oralidade, registros em livros, documentos, fotografias, materiais arqueológicos e demais fontes.
Esses referenciais trazem informações muito importantes de uma época em que tudo era muito diferente: costumes e hábitos, que antes eram passados oralmente de pai para filho, hoje são registrados e armazenados por meio de softwares e aplicativos.
A sociedade muda com o passar do tempo. A cada transformação são geradas novas identidades, contextos e objetos. O patrimônio histórico entra em cena justamente para assegurar às gerações futuras que elas irão conhecer as experiências e tradições de uma época anterior.
Seja artístico, cultural, religioso, documental ou estético, o patrimônio histórico possui grande valor para a sociedade. Nossas andanças turísticas são feitas por legados construídos pelas gerações passadas, que representam uma importante fonte de pesquisa e preservação da história local.
Patrimônio histórico, contudo, é diferente de Patrimônio da Humanidade. O Patrimônio da Humanidade é considerado valioso para todo o mundo, independentemente da sua localização. Pode ser um monumento, construção, caverna ou toda uma região, devido ao seu valor histórico, arqueológico, natural, ambiental ou o conjunto desses fatores que são reconhecidos pela UNESCO.
O Brasil, por exemplo, possui 14 patrimônios da humanidade. Entre eles estão o centro histórico da cidade de Ouro Preto (MG), as Ruínas de São Miguel das Missões (RS), o Parque Nacional Serra da Capivara (PI) e o centro histórico da cidade de Olinda (PE).
A importância de preservar o patrimônio com a ajuda da tecnologia
Como garantir que, no futuro, as pessoas tenham acesso a esses bens históricos? Preservar e cuidar da manutenção do patrimônio histórico não é tarefa fácil – inclusive pode ser considerado um grande desafio.
O crescimento constante das cidades, a expansão imobiliária, os impactos ambientais e as atividades humanas constituem fatores que ameaçam bens e regiões tombadas pela UNESCO. Não é incomum, por exemplo, ao circular por cidades do interior, ver a degradação de imóveis centenários que, muitas vezes, dão lugar a edificações modernas.
Em alguns momentos, somente as práticas convencionais, como restauração, digitalização, higienização adequada, etc., não são o suficiente para manter a cultura viva e em plenas condições para que o patrimônio seja visitado pelos turistas.
Esse é o momento em que a tecnologia entra na história. Ela não apenas contribui para a melhora da preservação, mas, também, inova a forma com que isso acontece.
A UNESCO utiliza, por exemplo, tecnologia de monitoramento espacial para documentar e conservar patrimônios históricos da humanidade. As imagens fornecidas pelos satélites podem prover informações sobre a evolução das ameaças ao patrimônio, auxiliando as cidades e instituições nas soluções dos problemas identificados.
Outra forma de usar a tecnologia a favor do patrimônio é através de visitas virtuais a determinado espaço. É o caso de Congonhas, em Minas Gerais, onde, por meio de um aplicativo, é possível visitar o acervo religioso, artístico e arquitetônico do município.
Além disso, os usuários têm, à sua disposição, áudios e textos educativos em Português e outros idiomas. Já o site permite a visita virtual em 360 graus ao Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, também tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Outro bom exemplo é a reconstrução da estátua do Buda no Afeganistão. Esse símbolo, de grande importância cultural para seu povo, foi destruído em 2001 por militantes do Talibã. A imagem, de 53 metros, foi reconstruída por meio de hologramas, graças à tecnologia 3D.
As iniciativas tecnológicas resgatam a identidade cultural, aproximam pessoas e facilitam a divulgação de diferentes culturas, possibilitando o aumento do turismo e o desenvolvimento social e econômico da região.
E você, já viu alguma intervenção positiva da tecnologia em patrimônios históricos ou da humanidade? Deixe sua percepção nos comentários e vamos continuar a conversa.