O avanço tecnológico vem mudando a forma com que as pessoas realizam determinadas tarefas. Não só esse aspecto foi transformado, mas a relação com o tempo também foi alterada. Hoje tudo deve ser imediato e sem delongas.
Com o turismo não é diferente. A internet está presente em, praticamente, todas as etapas da viagem: pesquisas, reservas, registro das imagens, arquivamento das informações, trocas de conteúdos. Para melhorar o uso dessas conexões, o celular teve suas funcionalidades ampliadas: de onde você estiver é possível consultar ou comprar algum produto turístico.
Com o uso constante da internet pelo turista, muitas mídias estão sendo desenvolvidas para garantir que eles tenham experiência de navegação rápida e inovadora.
No Brasil, cresce, consideravelmente, o número de pessoas que utilizam smartphones para solucionar problemas. Precisa de uma passagem aérea? Ou reserva em hotel de última hora? O celular resolve. Isso tudo sem filas, sem o uso de transportes ou acesso físico a alguma loja. Até o embarque nos aeroportos é facilitado pelo check-in online. Basta digitar suas informações pessoais para garantir uma viagem tranquila.
A verdade é que o turismo vem se adequando para atender um público cada vez mais conectado. Estima-se que mais de 70 milhões de brasileiros utilizam internet no smartphone, fazendo com que uma série de dados seja transmitida pela rede mundial de computadores.
Com o uso da rede móvel, não só o número de aparelhos aumentou, mas também a quantidade de transmissão de dados que podem ser considerados sigilosos, como movimentações financeiras, emails com conteúdos confidenciais, envio de número de documentos, etc.
É sabido que os ataques cibernéticos são reais, ameaçam as informações e a vida de milhares de pessoas. Então, quanto mais exposição seu planejamento de viagem tiver em redes sociais, aplicativos ou outro recurso via internet, maior será o risco de um ataque virtual com o confisco ou sequestro de seus dados.
Vale a pena expor dados pessoais para obter informações turísticas?
Quantas vezes, ao viajar, precisamos da internet para obter alguma informação? Imagine que você está em Santiago, no Chile, e utilize aplicativos ou sites de localização para ir até Viña Del Mar. As informações que você precisa são básicas: tempo de viagem até a cidade, melhor caminho para se chegar em Viña, ruas principais para se localizar, etc.
Minutos depois da pesquisa, todas as outras páginas que você visita vêm recheadas de informações sobre a cidade de destino que você acaba de apurar: os melhores hotéis para se hospedar, restaurantes, agências de turismo para passeios locais e muitas outras ofertas.
Isso acontece o tempo todo. Se pararmos para pensar, em que momento foi autorizado a empresas, das quais nunca ouvimos falar, invadir nosso celular com publicidades sobre restaurantes, pontos turísticos, shows, etc?
Como a internet consegue filtrar esses dados e transformá-los em informações personalizadas? Da mesma forma que isso acontece com uma simples busca de um roteiro econômico na Europa, o que pode acontecer com os acessos privados da sua conta bancária?
Além da publicidade baseada nas buscas, há outras formas em que o uso de recursos virtuais pode afetar a vida das pessoas.
Se você já faz uso frequente de Whatsapp, Instagram, Gmail ou qualquer página na web que tenha anúncios publicitários, é bem provável que empresas já saibam de informações como nome, telefone e e-mail. Por exemplo, você ou alguém que conheça já deve ter recebido mensagens de empresas oferecendo aluguel de carro por um valor abaixo daquele que você comumente utiliza.
É motivo para questionamentos: como descobriram meu e-mail? Como sabem que uso a locadora X, e não a Y? Quais outras informações eles têm a meu respeito?
Esse rastreamento de informações pode ir além. Existem organizações que conseguem ter acesso aos lugares em que você passa, às suas fotos, seus hábitos de consumo e quase toda a sua vida online. Inclusive, muitas vezes, é você quem permite o uso dessas informações, através dos termos de adesão de algum serviço.
A partir de tudo que foi dito nessa postagem, até que ponto vale a pena abrir mão da nossa segurança para obter informações que nos interessam? É possível ter acesso a todos os dados, durante a viagem, sem correr o risco de ter a privacidade invadida?
Infelizmente, existem mais perguntas do que respostas. A modernidade trouxe grandes avanços no acesso ao turismo, na agilidade de se obter informações e na compra de produtos. Em contrapartida, a questão da segurança ainda é um problema, pois sabemos que tudo que está na web não é mais privado, e sim público.
Acredito ser imprescindível abrir debate sobre esse tema sensível.
Afinal, a informação é elemento chave para tudo que se faz e, no entanto, a segurança da busca por ela é algo que ainda precisa ser aprimorada. Por isso, te convido a dar sua opinião e sugerir conteúdos e discussões sobre esse assunto.