“Quem gosta de passado é museu”: você já deve ter ouvido essa frase muitas vezes na vida, em diversos contextos diferentes. Mas a realidade é que, possivelmente, em pouco tempo ela ficará tão obsoleta quanto o senso comum de que, para ser bom, o museu tem que cheirar a velho, a passado, e não a futuro.
Afinal, existem inúmeros museus no mundo que já fazem a mistura da história passada com o futuro das interações humanas, colocando boa parte de seu acervo em contato com a realidade virtual.
Assim, as pessoas aprendem o que já aconteceu através de conexões futurísticas e interações bem mais próximas do que apenas a pessoa, o conteúdo mostrado em uma prateleira e o vidro que separa as duas pontas desse contato.
Veja alguns exemplos incríveis de museus inovadores e comece a repensar, desde já, a utilização da frase do início desse texto.
#1 Museu Eureka para crianças
Desde que o mundo é mundo as escolas tentam levar as crianças ao museu – com resultados nem sempre muito bons. Algumas gostam do ambiente, outras se sentem entediadas e, na maioria das vezes, o maior objetivo, que é o aprendizado, acaba ficando em segundo momento, atrás da diversão ou da bagunça.
O Eureka, museu nacional do Reino Unido, traz outra proposta, onde as crianças aprendem, através de realidade virtual e aumentada, diversos conceitos que os professores abordam em sala de aula.
Com um ambiente inovador, chamativo e acolhedor, esse museu incentiva as crianças a explorar, brincar e descobrir – e, assim, até criar novas paixões pelos estudos. O mais legal é que o ingresso pago apenas uma vez pode ser utilizado por um ano, para que as crianças voltem sempre que quiserem para explorar novas coisas.
#2 Museu de História Natural do Google
Imagine visitar um museu completo de história natural, abordando todos os períodos possíveis do planeta – incluindo os dinossauros – em um único aplicativo, do conforto do seu lar. E, mais que isso, tendo com ele uma experiência tão incrível que fará parecer que você está, realmente, imerso em cada era da nossa história.
Assim é o Museu Online de História Natural do Google, onde a empresa recriou, em realidade virtual, diversos animais pré-históricos, fazendo parecer que eles ressuscitaram para o deleite da humanidade.
O Google não economizou nada no desenvolvimento desse, que é o mais completo museu virtual do qual temos notícia. Ele pode ser baixado pelo Google Apps ou aqui, para que você possa visitá-lo não só no celular mas, também, na tela do computador.
#3 Museu do Amanhã
E se, ao invés de ver o passado, pudéssemos visitar um museu para conhecer… o futuro? Isso também já é possível, principalmente no Rio de Janeiro, onde foi construída uma obra gigantesca (e de arquitetura bem futurística) para falar sobre como será o amanhã, ao invés de apenas contemplar as coisas do passado.
A grande sacada do Museu do Amanhã é não ser apenas de acervo: os visitantes que escolherem passear pela estrutura, na Cidade Maravilhosa, poderão experimentar um pouco de tudo o que é mostrado nas telas e totens do lugar.
Realidade virtual e aumentada recriam momentos importantes da história do planeta e nos ajudam a entender melhor sobre de onde viemos e para onde vamos, focando, sempre, nessa última resposta. Quem se deixar levar pela imaginação e pela reflexão proposta pode sair dessa experiência com alguma noção de como o mundo estará nos próximos 50 anos.
Depois desses três exemplos – que são apenas a ponta do iceberg para um movimento que cresce cada vez mais mundo afora – fica mais fácil perceber que o que já aconteceu é muito importante para que a gente consiga escrever histórias muito melhores.
Mas que, acima de tudo, não podemos nos apegar só ao passado, e nem à forma básica de como consumimos o passado, em livros ou em prateleiras separadas de nós por um vidro.
Afinal, é justamente por se reinventar até nas formas mais pitorescas de conectar conteúdos que o museu também tem a ver com o que virá a seguir pelas mãos dos seres humanos.