A internet é um mundo com vastas possibilidades de ferramentas para auxiliar no planejamento do turismo – e, para a sorte de quem trabalha na área, muitas dessas possibilidades são gratuitas.
Uma das mais famosas dentre todas é o Google Trends. Essa ferramenta mostra, como o nome diz, tendências de busca dos usuários a partir de palavras-chave específicas que podem ser filtradas de acordo com a área de interesse de quem está buscando a informação.
Muitas empresas se utilizam do Google Trends para entender quais são os termos mais buscados pelos usuários e em que época do ano eles são mais fortes. Essas informações servem para pensar campanhas patrocinadas nos mecanismos de busca, ideias de conteúdo para melhorar o SEO (Search Engine Optmization) de um site… ou, no caso da viagem, para entender quando, onde e porque as pessoas buscam informações sobre determinado destino.
Assim, fica bem mais fácil monitorar o interesse em uma cidade e reprogramar, para ela, orçamentos publicitários ou ações de interesse público que sejam capazes de impactar a comunidade local e turística.
Resumindo, o Google Trends pode ser um aliado valioso de quem quer planejar uma campanha de turismo e defendê-la através de argumentos válidos.
Os altos e baixos do Google Trends
No turismo, falamos muito sobre altas e baixas temporadas, que são as épocas onde um destino tem maior ou menor potencial de atrair visitas com sua programação local.
Os altos e baixos também são vistos nos gráficos gerados pelo Google Trends, onde um termo (como o nome de uma cidade, por exemplo) pode ser monitorado através de suas buscas nos últimos anos, meses ou até horas. Dessa forma é mais fácil identificar, por exemplo, que o termo “Campos do Jordão” é mais procurado nos dois meses que antecedem o inverno – e durante a estação mais fria do ano – do que em setembro, por exemplo.
Os altos e baixos podem ser comparativos, como no caso de uma campanha que queira exaltar um novo potencial turístico do destino.
Veja o caso de Belo Horizonte, que recentemente subiu consideravelmente seus níveis de visitação durante o carnaval. Ao comparar “carnaval BH” a outros termos, como “carnaval Diamantina” e “Carnaval Ouro Preto”, nota-se que o primeiro tem buscas recentes mais robustas do que as das cidades históricas.
Os números do último carnaval refletem essa tendência mostrada pelos gráficos do Google: enquanto a capital mineira recebe mais turistas a cada ano, nesse feriado específico, as demais veem uma diminuição na tendência de busca pelos foliões.
Nem sempre, contudo, um pico de buscas quer dizer que um destino está sendo procurado para um feriado ou atividade específica.
Em janeiro de 2014, a Serra do Cipó, conhecida nacionalmente por suas cachoeiras e parques, atingiu picos de busca no Google, mas o motivo estava longe de ser turístico: o sumiço e morte de um casal na cidade levaram pessoas do Brasil inteiro a buscar informações sobre a localidade.
Outro exemplo é quando um destino está em alta, aparece na TV, em programas como o Globo Repórter, e geram picos bem momentâneos de busca. Eles refletem mais uma curiosidade criada sobre o destino naquele momento da exibição da reportagem do que uma real vontade de se viajar para lá.
Isso mostra que é preciso ler bem os gráficos do Google Trends para não confundir os picos de busca com “alta temporada”. Para que o resultado seja assertivo e verdadeiro a quem planeja a campanha, é preciso filtrar as buscas por vários anos seguidos. Mais do que isso, é bom não se esquecer de colocar o filtro da categoria “viagens”.
Senão, qualquer busca – criminal, política, de saúde, etc. – será apresentada dentro dos gráficos, o que acaba confundindo os números de campanha.
O Google Trends mostra que é necessário focar no usuário e conhecer cada vez mais seu público – e é justamente para isso que a ferramenta serve. Os termos utilizados pelas pessoas vão dizer muito do que elas pretendem achar, e como, nos melhores sites sobre aquele assunto ou destino.
Aí é sua vez de brilhar, utilizando-se do Google Trends para melhorar cada vez mais suas campanhas de turismo.