Se você está minimamente ligado nas mudanças sociais ao seu redor, já percebeu que vivemos a era do compartilhamento. Hoje, tudo o que é nosso pode servir para ajudar outras pessoas com diversos intuitos, seja diminuir o trânsito, ajudar o meio ambiente ou ganhar um dinheirinho.
Basta olhar para a tela do celular para comprovar que isso é verdade: Uber e AirBNB são dois aplicativos que demonstram perfeitamente essa necessidade que temos em compartilhar para conviver: nosso carro se torna um “táxi particular”, nossa casa se torna um hotel – e a geração de renda individual tem mais chances de crescer através dessa iniciativa.
O conceito de compartilhamento, no entanto, não é novo e nem surgiu graças à era da informação. Desde que nos entendemos por gente sabemos dos benefícios de pedir emprestado e emprestar para resolver os nossos problemas e os de outras pessoas. Desde uma xícara de açúcar pedida ao vizinho no meio da confecção de um bolo até a maleta de ferramentas do seu tio para furar um buraco na parede, tudo é mais economicamente viável – e de consumo extremamente consciente – quando os itens são compartilhados.
Até aí tudo bem… mas o que isso tem a ver com turismo?
A lógica do compartilhamento na promoção turística
Se você acompanha esse blog há algum tempo já viu que um dos assuntos dos quais mais falamos por aqui é sobre o turismo de experiência: se antes muita gente queria viajar para ostentar, hoje as pessoas viajam mais para conhecer. E, nesse contexto, quanto mais nativa for a experiência, melhor.
A economia do compartilhamento vai totalmente de encontro com a promoção turística quando o viés é, justamente, dar holofote para esse tipo de passeio, mais significativo e profundo. Veja, por exemplo, o caso do AirBNB, que falamos lá em cima: quando foi que imaginamos que iríamos abrir as portas da nossa casa para desconhecidos, pela internet, e ainda ganharíamos dinheiro com isso?
A grande sacada do turismo colaborativo, nesse caso, é que as pontas vão se unir pela economia financeira (quem aluga um quarto pode cobrar menos que uma diária de hotel, e quem deixa de pagar caro pela hospedagem aproveita melhor o dinheiro em outra frente), mas a força que faz com que isso aconteça não é, necessariamente, a cifra.
O que temos visto com esse e outros aplicativos, como o próprio Uber, é o fomento de um senso muito forte de comunidade, onde são estabelecidos elos de confiança para garantir melhores experiências de consumo. A impessoalidade do hotel foi trocada pela aproximação da hospedagem na casa de alguém que, além de te tratar bem (afinal, os aplicativos funcionam através de notas e pontuação), pode te dar dicas exclusivas do que fazer ou onde ir.
O relacionamento entre as pessoas muda pelo simples fato de que elas se enxergam colaborando umas com as outras e precisam continuar a fazer essa roda girar, senão os benefícios mútuos acabam. Temos, assim, um turismo mais “sensorial”, onde vive-se a fundo cada pequena experiência, repleto de intensidade e significado.
Como as empresas podem usar a economia colaborativa no turismo
As pessoas já descobriram como o compartilhamento pode lhes render bons frutos – e, agora, só falta às empresas beber da mesma fonte com eficácia e eficiência.
Um case bacana é o aplicativo Blablacar, que promove caronas confiáveis a partir da ajuda de custo de deslocamento. Ou seja: com ele é mais barato ir do ponto A ao ponto B sem gastar muito dinheiro, o que fatalmente ocorreria dentro de um ônibus ou até avião.
A segurança fica por conta das avaliações dos motoristas e caroneiros, que são constantemente pontuados de acordo com sua conduta. Os dados para cadastro devem ser reais e qualquer eventualidade pode ser reportada em tempo real.
Uma sugestão boa para empresas que querem usar o compartilhamento como viés turístico é a de que locadoras de carros deem desconto para motoristas que são bem pontuados em aplicativos como esse, para que consiga extrair ainda mais valor de pagar por um carro particular durante uma viagem de curta duração.
Como dissemos lá no início do texto, basta olhar para os lados – ou, até mesmo, para a tela do celular – para ver que o mundo da colaboração está cheio de bons exemplos. E cada um deles pode inspirar você ou sua empresa a agir em prol dessa comunidade mundial.