Viajar com o objetivo de descansar ou para o lazer é uma modalidade que estamos acostumados a ver no mercado. Entretanto, há uma outra possibilidade de turismo que une a experiência da viagem com a pesquisa: o turismo científico.
Sair de casa e embarcar para um destino com o objetivo de aprender sobre uma área do conhecimento não é uma prática nova. Ao longo da história da humanidade em inúmeros momentos o ato de viajar foi motivado pela ciência.
Cientistas e pesquisadores importantes como o biólogo britânico Charles Darwin embarcou em expedições por várias partes do mundo. Autor do livro “A origem das espécies”, que impacta até hoje o conhecimento científico, as viagens de Darwin foram muito importantes.
A partir desse trajeto,que passou pelo Brasil, Patagônia, Nova Zelândia e várias outras regiões do planeta, o naturalista coletou 1529 espécies fósseis. Além disso, Darwin também escreveu 770 páginas em um diário.
Diferente das viagens tradicionais, onde a estrutura do destino, paisagem e locais são priorizados, o turismo científico tem o objetivo de se aproximar do objeto pesquisado. Nessa modalidade, o conforto e o lazer não são prioritários.
Como acontece o turismo científico?
Diferentes do turismo contemplativo, modalidade em que a natureza é valorizada como um ambiente de bem-estar e relaxamento, a viagem científica visa a busca de conhecimento.
Dessa forma, o turismo científico pela natureza, por exemplo, irá envolver os conhecimentos sobre a biodiversidade local. Em alguns casos, esse conhecimento pode ser voltado para um objeto específico.
Por exemplo, uma pesquisadora que estuda espécies de animais que vivem na bacia amazônica, irá visitar os rios próximos ao local. Isso poderá incluir viagens de barco, com o objetivo de observar o comportamento das espécies e até mesmo a coleta de amostras.
O turismo vai muito além de contemplar as belezas da natureza. Ele é também um processo de compreender suas dinâmicas, a análise de animais e até um trabalho exaustivo de anotações de padrões de comportamento de espécies.
Além da análise do objeto estudado, o turismo científico também envolve a ação de conhecer pesquisas e outros projetos que acontecem na região. Portanto, a prática pode envolver especialistas e leigos que desejam saber mais sobre a preservação e proteção.
Atividades do turismo científico
Para quem tem interesse em embarcar nessa modalidade, há algumas atividades que envolvem o turismo científico. Vale destacar que a prática pode envolver pessoas leigas que tenham interesse em aprender mais sobre um tema específico.
A visita e exploração de cavernas e atividades de mergulho para conhecer a fauna e flora, por exemplo, são ações que unem ecoturismo e turismo científico. Outras práticas interessantes são as visitas a locais históricos e naturais.
Um exemplo de viagem é visitar locais para conhecer pinturas rupestres. Além de ver parte da história da humanidade de perto, você aprenderá sobre a história do local, processo de descoberta desses registros e ações de preservação.
Outras atividades de turismo podem incluir o trabalho voluntário científico, a observação astronômica, participação em congressos e seminários temáticos até atividades em campo. Assim, o roteiro pode incluir observação de espécies, visitas ou mesmo a investigação de locais com interesse de conhecimento.
Iniciativa de turismo científico
Para tornar mais palpável o conceito de turismo científico, será apresentado um projeto que destaca a importância de valorizar e preservar a natureza. Além disso, essa iniciativa atua no desenvolvimento da pesquisa.
Projeto Caiman
Iniciativa criada pelo Instituto Marcos Daniel em parceria com a ArcelorMittal Tubarão, o Projeto Caiman é um bom exemplo de aplicação do turismo científico no país.
O projeto desenvolve atividades que envolvem a educação ambiental. Nas expedições, que contemplam pessoas de diversas áreas do conhecimento, os visitantes aprendem sobre a importância da preservação da natureza e da espécie Jacaré-de-Papo-Amarelo.
Toda a verba arrecadada pelo projeto com turismo científico é voltada para a pesquisa. O projeto Caiman também promove o desenvolvimento de pesquisas e a formação de jovens pesquisadores a partir da iniciação científica.
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