Com as mudanças de comportamento e hábitos da sociedade atual, há um movimento que promove a agilidade e rapidez. Ele perpassa desde a maneira como nos alimentamos, com o fast food até como viajamos. Na contramão, surge o slow travel.
Se para muitos o momento da viagem está conectado à lógica da sociedade do século XXI, com consumo rápidos e muita agitação, o slow travel pretende dar uma pausa a tudo isso.
Desde a escolha de destinos que rendem fotos bonitas para as redes sociais, ou até mesmo roteiros muito movimentados, o momento de lazer, por muitas vezes, segue conectado à lógica de ritmo frenético.
Por vezes, o prazer que envolve o momento de viajar pode ser engolido por essa dinâmica. Com a finalidade de propor uma rota alternativa, o slow travel têm ganhado adeptos em todo o mundo.
De onde vem o slow travel?
Em oposição ao movimento fast, o slow travel pode ser traduzido para português como “viajar com calma”. Essa nova forma de viajar é um dos derivados do movimento “slow food”.
Criado nos anos de 1980, em oposição a abertura de um McDonald ‘s em Roma, o slow food busca valorizar produtores locais. O movimento também exalta a preparação tradicional dos alimentos e a comida regional.
No campo das viagens, o movimento slow promove a seguinte reflexão: “vale a pena vivermos sempre com pressa?”. Adicionar essa nova perspectiva para o ato de viajar é questionar a lógica de “ver o máximo possível”, para “viver o máximo possível”.
Experiência imersiva longe da agitação
No slow travel é valorizado o turismo de experiência, onde as atividades da viagem trazem ensinamentos da cultura local e não prioriza, necessariamente, bons cliques para as redes sociais. O movimento também prega uma relação de mais desapego as tecnologias.
A ideia é deixar o celular e outros aparelhos eletrônicos de lado e se aprofundar no local. Curtir e aproveitar cada segundo da viagem em contato com a natureza. Também é valorizado o turismo sustentável, que não gera grandes impactos para o meio ambiente.
Outras práticas desse movimento são roteiros menos definidos, onde há a possibilidade de imprevistos. O deslocamento acontece de forma menos intensa e, quando ocorre, prioriza outros meios de transporte que não seja o avião.
Mais momentos de relaxamento e menos estresse
Muitas vezes as viagens com roteiros mais fechados podem ser bem cansativas e estressantes. Isso porque imprevistos podem se tornar uma grande dor de cabeça, além de causar muita ansiedade.
Por essas características, um dos benefícios do slow travel é tornar a viagem menos tensa. Como não há um roteiro fechado, é possível conhecer os locais com mais calma e tranquilidade.
Além disso, na viagem é possível explorar novos hobbies e atividades prazerosas. Outro benefício é que o slow travel, dependendo da forma como foi planejado, pode ser uma viagem mais barata, pois terá menos custos com visitas a atrações e deslocamento.
O momento de sair de casa para viajar se torna um espaço para descobertas e reflexões sobre a vida cotidiana. É um convite que traz o indivíduo para o momento presente.
O turismo rural e sustentável, por exemplo, são práticas que se conectam com os princípios do slow travel. Para quem deseja começar a fazer parte desse movimento, algumas dicas e práticas podem ajudar.
#1 Repense as estratégias que adotou em outras viagens
É comum na experiência de tirar férias para descansar, escolher um destino para a viagem e voltar para casa ainda mais exausto. Afinal, em vários momentos seguimos a lógica de ver e conhecer muitos locais, sem aproveitar de fato o momento.
Por isso, o primeiro passo para uma viagem mais calma é pensar sobre como as viagens são organizadas. Existe algum momento de descanso ou há muitos compromissos organizados para um dia?
Para quem pretende começar nesse momento, uma boa opção é escolher destinos mais tranquilos como praias, vilarejos e ilhas. Com essas experiências de viagem será mais fácil repensar e adotar um ritmo mais calmo.
#2 Adapte o slow nas viagens programadas
Se o primeiro contato com o movimento foi após programar uma viagem, é possível adotar algumas práticas para desacelerar o momento. Ao longo de um dia, por exemplo, selecione menos atrações para visitar e reserve um tempo para descansar entre as visitas.
Aproveite o caminho entre os locais que for, optando por fazer o trajeto caminhando ou de bicicleta. Procure conhecer pessoas novas e adicionar atividades do local na programação, como aulas de culinária local ou trabalhos voluntários.
De preferência por restaurantes locais e pesquisa por atividades gratuitas da cidade, como festivais de música e arte. Outra sugestão importante é repensar o uso do aparelho celular, faça menos selfies e aproveite mais cada minuto da viagem.
Com a publicação, você conheceu mais do movimento slow travel e maneiras de adaptá-los à realidade. Leia também sobre o turismo gastronômico.
Conheça outras inovações no campo das viagens no blog Turismo e Inovação.