Conforme a evolução econômica avança, a humanidade vê novas formas possíveis de transações financeiras. E tecnologias que facilitam o pagamento não são novas: cartões de crédito e débito, caixas eletrônicos e outros modelos “tradicionais” de pagamento foram inovadores a trinta anos atrás. A diferença, agora, são os pagamentos em moedas alternativas.
E a mais popular delas, hoje, é o bitcoin, que vem do blockchain, uma estrutura de dados capaz de fazer transações financeiras digitalmente assinadas.
O objetivo do blockchain é garantir maneiras mais fáceis de pagar por serviços sem perder a segurança contra adulterações durante o processo. Para quem não trabalha diretamente com tecnologia da informação, o funcionamento dessa tecnologia pode soar esquisito e muito complicado, mas o manuseio é simples: é preciso ter uma carteira de moeda virtual (como, por exemplo, os bitcoins) e, a partir daí, fazer transações.
Elas serão baseadas no histórico e na assinatura da carteira virtual. Em caso de qualquer dúvida do sistema sobre a veracidade dos dados, a transação será negada. Assim, evitam-se surpresas desagradáveis, como ter um cartão clonado, e só descobrir quando a fatura absurda chegar em casa.
A previsão é que o blockchain cresça nos próximos anos a ponto de tirar agentes comuns de equações onde, hoje, eles complicam mais do que ajudam. Um exemplo é a venda de uma casa, que precisa passar pelo governo (representado pelo cartório) para acontecer. Com o alto nível de integridade proporcionado pelo blockchain, especialistas afirmam que, em pouco tempo, duas pessoas conseguirão transacionar um imóvel sem precisar passar por toda a burocracia – mas com a mesma veracidade e segurança que a papelada proporciona.
Parece legal, mas como o blockchain causará impacto no turismo?
Em um evento recente de inovação realizado pela Fitur Know How & Sport, a companhia mostrou como o blockchain pode criar novos modelos de negócio para o setor turístico. O segredo será usar a criatividade para fazer transações alternativas tão interessantes quanto as financeiras.
Um exemplo é a “moeda verde”, que pode fazer parte da carteira virtual e premiar viajantes que optem por transportes alternativos, ecologicamente mais viáveis, e participem de atividades de proteção à natureza do lugar que visitam. Esses prêmios podem ser revertidos em valores monetários reais ou servir para que os turistas possam comprar produtos e serviços direto em suas carteiras virtuais.
Afinal, para o turismo, blockchain nada mais é do que uma forma prática de consumir mundialmente, já que tira do jogo o componente bancário – um calo no pé de muita gente que não consegue viajar sem ter que pedir ao banco liberações que custarão taxas administrativas e muito mais.
Fora que, através do blockchain, as pessoas podem tratar diretamente com os fornecedores finais dos serviços, como passeios, hotéis, transporte, sem precisar passar o cartão ou fazer transferências. Isso já diminui o preço final do produto adquirido, uma vez que não há necessidade de repasse de taxas bancárias para o turista.
Por fim, já pensou em gastar o quanto quiser, onde quiser, sem acumular impostos como o IOF? Essa é mais uma vantagem do blockchain para quem conseguir trabalhar o blockchain no setor turístico com criatividade: muito mais gente vai querer sair de casa sabendo que não vai ter surpresas desagradáveis quando voltar de viagem.