A reconstrução de fatos do passado é uma importante ferramenta para entender a história e evitar que episódios importantes caiam no esquecimento. E o mais interessante é que sempre existem versões variadas para o mesmo acontecimento, sendo interpretados através de livros, documentários, exposições, artesanato e preservação do patrimônio histórico, entre outras formas de resgatar e registrar a memória de um povo.
Já pensou em utilizar a tecnologia para melhorar a experiência do turista e deixar as visitas aos museus bem mais dinâmicas e interativas? Alguns museólogos do mundo já, e tem até uma sugestão para isso: hologramas.
O holograma é uma tecnologia que permite percepção de realidade aumentada e está sendo aplicada em museus com o objetivo de trazer o público para dentro da história e, assim, conservar e melhorar seu entendimento sobre o ponto visitado.
Como funciona a aplicação de hologramas em museus?
Antes de falar do uso de hologramas em museus, é preciso deixar claro o conceito dessa técnica. Trata-se de uma imagem tridimensional obtida a partir da projeção de luz sobre figuras. Pode ser comparada a fotografias em três dimensões, funcionando com propagação de uma fonte de luz, com um raio laser, por exemplo.
A tecnologia de realidade mista (RM), que mistura realidade virtual e aumentada, utiliza sensores que rastreiam o movimento do utilizador. Os dispositivos de RM também são equipados com câmeras que deletam sinais do ambiente, auxiliando na sobreposição de recursos virtuais no mundo físico.
As imagens são obtidas através da projeção de gráficos 3D no display de vidro, isso é, um processo que cria o holograma.
Em outras palavras, os hologramas se parecem com ilusões e miragens bem realistas, reproduzindo imagem, som e movimento em todo tipo de ambiente. Os museus têm se beneficiado muito com essa tecnologia, incentivando novas formas de narrativas e introduzindo guias turísticos virtuais a partir de monitores digitais imersivos no lugar dos expositores de vidro.
Além de dar vida à história, o uso da tecnologia atrai visitantes, dando a eles a oportunidade de vivenciar os fatos. Alguns museus já começaram essa incrível experiência.
Veja, abaixo, quais são eles.
Museu Nacional do Holocausto – Reino Unido
Holocausto é o nome que se dá ao genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial, vitimando 6 milhões de pessoas. Esse, com certeza, é um dos episódios mais marcantes da história, cujo conteúdo deve ser preservado para as gerações futuras.
Mas o que faremos quando os poucos sobreviventes do Holocausto pararem de contar suas histórias? Foi com essa preocupação em mente que foi desenvolvido o The Forever Project, iniciativa que utiliza da tecnologia para projetar imagens das pessoas em forma de holograma interativo.
Por reconhecimento de voz e aprendizado automático, o projeto permite que o visitante faça perguntas aos sobreviventes sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e obtenha respostas.
À medida que esses sobreviventes envelheçam e não possam mais relatar os fatos do Holocausto, a história fica preservada, já que o holograma traduz fielmente a imagem e voz de cada participante do projeto.
National Geographic Museum – Estados Unidos
O National Geographic produziu “Becoming Jane”, uma exposição multimídia sobre o legado da Dra. Jane Goodall, cientista renomada que viajou para a Tanzânia para observar os chimpanzés em seu habitat natural. Seus estudos trouxeram grandes contribuições para a ciência e para o bem estar dos animais.
Por meio de mídia imersiva e cenários interativos, a exposição leva o visitante a campo com a Dra. Jane. Para essa vivência inovadora, o museu proporciona:
- Experiência em várias telas em que os visitantes são apresentados ao trabalho da Dra. Goodall, ao lado de encontros com chimpanzés virtualmente renderizados;
- Projeção em forma de holograma da Dra. Jane que compartilha suas memórias em Gombe, Tanzânia, relembrando seus pensamentos, sentimentos, impressões e lições aprendidas enquanto vivia entre os chimpanzés;
- Uma expedição 3D virtual ao Parque Nacional Gombe Stream;
- Atividade de realidade aumentada (AR) interativa, incluindo uma em que o visitante pode testar suas habilidades em corresponder ao som de um chimpanzé.
Museu Egípcio do Cairo
Um projeto experimental foi desenvolvido no Museu Egípcio utilizando a tecnologia dos hologramas. Eles criam imagens do rei Tutankhamon e sua consorte, a rainha Ankhesenamon, conduzindo os visitantes ao redor do museu. Durante a visita, eles falam como costumavam viver, demonstrando o uso de algumas das 120 mil ferramentas e artefatos em exibição.
Para aqueles que acham que visitar museus é uma experiência difícil e sem graça, é hora de mudar o conceito. Boa parte das instituições já aposta em recursos tecnológicos para deixar o momento mais dinâmico e participativo. Iniciativas como essas tendem a aproximar o visitante das descobertas museológicas, fortalecendo sua experiência turística.
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