Algo inédito está para acontecer em 2021 – e não é especulação ou jogada de marketing. Para a tristeza dos foliões, não teremos carnaval esse ano. Desde que a festa popular surgiu, essa é a primeira vez que isso acontece.
Essa talvez seja a notícia que nenhum veículo de comunicação sonhou em dar. Afinal, as cidades ficam lotadas de turistas, blocos carnavalescos invadem a avenida e o mundo inteiro para para ver e participar do maior espetáculo da Terra. O turismo se beneficia muito do carnaval, que mexe com a economia e a cultura de cada localização.
Em virtude da pandemia, a decisão de suspender os festejos de 2021 já era mais ou menos esperada. A Covid-19 chegou ao nosso país no início de 2020 e por aqui se instalou, causando sérios problemas na saúde e confinando todo mundo em casa.
Infelizmente, o cenário dessa doença é devastador: mais de 220 mil mortes só no Brasil, com cerca de 9 milhões de infectados e milhares de pessoas sofrendo pela perda dos seus entes queridos.
A crescente contaminação por coronavírus é um dos inúmeros fatores que impossibilitaram o feriado festivo desse ano. E o turismo se pergunta: e agora?
Por que suspender o carnaval?
O carnaval é uma grande festa que impacta muito a economia do país. Empresários dos mais diversos segmentos do turismo aguardam ansiosamente por essa data, pois o trânsito doméstico de turistas e a chegada dos turistas internacionais movimenta hotéis, restaurantes, comércios, locação de veículos e visita a atrativos turísticos, como cachoeiras e parques ecológicos.
A decisão de cancelar o carnaval em 2021 não foi fácil. Os responsáveis por essa medida sabiam das consequências e de quanto isso afeta, no sentido econômico, a vida de milhares de empresas.
Contudo, não havia outra saída possível, já que o carnaval descumpre tudo o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde para conter a escalada do vírus.
Para começar, a principal característica da festa é a aglomeração. Mesmo que o carnaval seja realizado nas ruas, ao ar livre, a quantidade de pessoas que participam da festividade é enorme. São milhares, senão milhões de pessoas, no mesmo lugar. Isso poderia causaria, de imediato, aumento do número de infecções. Afinal, não há como montar um evento como esse e pedir aos foliões para manter dois metros de distância, usar máscara, passar álcool em gel nas mãos e medir a temperatura de todo mundo.
Embora a vacina já tenha chegado, a imunização completa vai demorar muito para acontecer. Por isso, não se trata da desvalorização da cultura, ou de prejudicar as pessoas que vivem do carnaval, mas é uma questão de saúde pública e defesa da vida.
Tentativas frustradas
A situação pandêmica no Brasil e no mundo é séria, justificando o cancelamento do carnaval. Mas você sabia que essa não é a primeira vez que tentam adiar uma das maiores festas do mundo?
A primeira ocorreu em 1892, quando o país também lidava com problemas sanitários, em que muitas doenças começaram a proliferar, inclusive a febre amarela. Por meio de um decreto, o governo propôs adiar as festividades para junho, coincidindo, inclusive, com a festa de São João.
Tudo foi pensado para evitar aglomerações. Mas, quando chegou o carnaval, todo mundo foi para a rua pular. Na época a polícia tentou fazer o controle dos foliões e fechar os estabelecimentos que vendiam produtos temáticos, mas nada adiantou.
Já a segunda tentativa foi em decorrência da morte do Barão do Rio Branco, em 1912, que era ministro do exterior e considerado herói nacional. O carnaval seria adiado por dois meses, o que na época parecia sensato. Mas o povo não aguentou esperar e a folia aconteceu na data normal.
Casos como esses, principalmente quando envolvem crise sanitária, mostram que, hoje, não há opção de adiamento ou contenção: a situação de saúde no país é muito séria para que haja sequer permissão ao carnaval.
Então…
O que fazer nos dias de carnaval?
Se nos quatro dias de festa o país abraça um grande feriado e os foliões só têm compromisso com o carnaval, a estratégia para 2021 deverá ser repensada – até porque alguns locais podem, inclusive, tornar os dias de descanso típicos do carnaval facultativos.
Com o aumento do número de casos do novo coronavírus, muitas cidades cancelaram até mesmo os feriados de terça e quarta-feira de cinzas. E, para a tristeza dos foliões, os bailes, desfiles e fantasias vão ter que ficar para o ano que vem.
Por conta desse mesmo motivo, o setor de eventos, que já estava sem funcionar desde o início da pandemia, também vai ficar no prejuízo. Nada de festas em clubes, recintos fechados ou mesmo abertos. Esse ano o carnaval será diferente para todo mundo.
Existe alguma solução alternativa? Pelo visto não. Se você pretende curtir o feriado em algum lugar, mesmo que seja para descansar, a sugestão é olhar o calendário da sua cidade, já que em muitos estados o carnaval de 2021 vai ser uma semana normal de trabalho, pelo menos no serviço público.
As empresas privadas podem agir de forma diferente, mas é importante se informar antes de marcar qualquer compromisso. No fim, vale lembrar que o fato de não termos carnaval esse ano é uma forma de garantirmos estabilidade para a festa do ano que vem. A economia sofre, claro, mas certamente daremos a volta por cima.
O que você achou dessa decisão de cancelar o carnaval? Você vê alguma outra solução plausível, ou concorda que essa é a melhor forma de evitar novos contágios por coronavírus? Conte aqui nos comentários!