Alguns movimentos turísticos já começam a dar as caras em algumas partes do mundo. Um exemplo de turismo pós-quarentena ocorre na Sícilia, ilha que fechou as portas no dia 10 de março e, desde então, perdeu mais de 1 bilhão de euros em receitas relacionadas ao setor de viagens.
Agora, a região italiana disse que irá cobrir metade dos custos de vôo e um terço das despesas de hotel para os turistas que queiram visitá-la no segundo semestre, além de fornecer entradas gratuitas para seus museus.
Contudo, é preciso ter cuidado com as promoções exacerbadas de última hora, pois não é sustentável atrair turistas sem segurança. Em outras palavras, para que possam oferecer os serviços, empresas e órgãos do setor precisam adotar medidas que garantam a higiene e segurança dos visitantes.
Cuidados necessários no momento pós-pandemia
Além das propostas da Sicília, alguns lugares relacionados ao setor turístico e cultural já começam a se movimentar. Na Alemanha, a companhia de teatro Berliner Ensemble já se prepara para a reabertura gradual das peças com público.
Visando a segurança dos visitantes, há novas regras no teatro. Um exemplo foi compartilhado no Instagram da companhia: o modo como estão os assentos, dispostos em duplas ou em unidades, faz com que metade da capacidade de público da casa não exista mais.
Na China, a empresa Club Med reabriu três de suas propriedades com os números de recuperação do local. Mas, para isso, implementaram políticas rígidas: medem a temperatura dos visitantes e dos funcionários, pedem o uso de máscaras por todos e higienizam e limpam as áreas que constantemente são tocadas, como os elevadores e os espaços públicos.
Em entrevista a Skift, a presidente e CEO do Club Med da América do Norte e Caribe, Carolyne Doyon, aponta que a experiência do hóspede vai mudar muito no turismo pós-quarentena. Ela conta que suas unidades, apesar de estarem fechadas no momento, recebem periodicamente comunicados sobre tecnologias e ferramentas que serão usadas no retorno. Segundo a CEO, quando voltarem, haverá treinamento contínuo sobre os novos cuidados, uso de luvas e limpeza e as máscaras passarão a fazer parte do uniforme de todos os colaboradores.
O buffet também contará com mudanças. Os talheres de servir serão trocados com muito mais frequência e terão, preferencialmente, pessoas servindo as refeições, ao invés de o visitante servir a si mesmo. Até os pães ofertados aos hóspedes serão servidos já cortados.
Demanda de viagens no turismo pós-quarentena
Carolyne Doyon acredita que as empresas vão continuar controlando custos, realizando videoconferências e trabalhando remotamente. Por isso, viagens a negócios vão levar mais tempo para entrar em pauta no turismo do que as de lazer.
No Brasil, as viagens nacionais ocupam as expectativas. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), a procura pelos destinos domésticos vai marcar a retomada do setor de viagens no país.
Destinos no Brasil representam 60% das preferências dos brasileiros para 2020. O nordeste é o alvo maior, ocupando 21,8% das escolhas.
O Ministério do Turismo aponta indicadores de maior atenção ao mercado doméstico. O órgão está desenvolvendo uma campanha para estimular o brasileiro a visitar destinos domésticos para ajudar a retomada local, já que o setor de turismo tem forte papel no desenvolvimento econômico.
Vale ressaltar novamente que, nesse contexto, são necessárias ações sustentáveis e novos padrões para garantir a segurança de todos.
Como você acha que o setor de turismo no Brasil lidará com o turismo pós-quarentena? Deixe seu comentário para continuarmos essa conversa.