Diferente do que muita gente pensa, inovar não é só criar algo do zero: muitas vezes é, “apenas”, mudar a forma como aquilo é feito. A inovação traz em si o princípio de entregar maneiras mais fáceis, rápidas e intuitivas de se realizar uma ação. Ela também pressupõe facilidade de adaptação frente às inúmeras mudanças que encaramos no dia a dia.
No turismo, a inovação tem laços estreitos com a tecnologia. É comum vermos destinos e mercados entregarem mais possibilidade de experiência turística ao consumidor final, por meio da distribuição dos produtos e serviços ou da forma com que a ideia de visitar um novo lugar é vendida a seu público-alvo.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, a inovação é a chave para um setor turístico cada vez mais competitivo e sustentável, onde o conceito de “inovador” é diretamente associado com como as pessoas podem acessar recursos relevantes e atuais em seus contextos de viagem.
Exemplos de sucesso na área de inovação turística não faltam – e esse blog é só um dos veículos que mostram como ser inovador já deixou de ser uma projeção para virar uma realidade ao redor do mundo todo. Desde ações nas redes sociais até a utilização de realidade virtual para potencializar a experiência turística, são inúmeras as possibilidades de fazer algo diferente, que agregue valor às viagens, traga sustentabilidade aos municípios e melhore economias locais.
O que promove a inovação?
Na impossibilidade de se sentar para ver o futuro chegar, empresas e governos já estão pesquisando como trazer a inovação para dentro de suas paredes e cidades. Através de pesquisas que levam em conta a distribuição de produtos e serviços e o comportamento do consumidor, especialistas na área descobriram que boa parte das ideias inovadoras vem das demandas do público viajante.
Um exemplo é a nova economia, alimentada por pessoas do mundo inteiro que preferem se hospedar em imóveis cadastrados no AirBNB, ao invés de fazer check-in em hotéis, e se deslocar pela cidade de Uber, em detrimento das opções de táxi, transporte público e aluguel de carros. Empresas e prestadores de serviço que lidam diretamente com essas frentes, e dependem exclusivamente do turismo para fazerem o negócio andar, devem pensar fora da caixa para melhorar a forma como são percebidos – e, quanto mais tecnologia é utilizada para isso, melhor.
É claro que o preço ainda faz muita diferença, mas não é ele que move o turista de hoje, principalmente se a pessoa em questão já tiver nascido no final do século XX ou início do século XXI. Chamados de “millenials” ou “geração Y”, os jovens peregrinos querem mais viver experiências do que se preocupar com quanto elas vão custar. Mesmo porque elas podem não custar absolutamente nada, quando um serviço de hospedagem troca o quarto por serviços prestados pelo hóspede. Essa é uma forma de inovar não apenas na experiência de viagem mas, também, na economia. Moedas alternativas são cada vez mais utilizadas para que serviços de turismo possam atingir novos patamares de usuários.
Como inovar na sua área turística
São tantos os casos de sucesso com a inovação em turismo que é comum não entender onde sua empresa ou município se encaixa nessa nova onda. Contudo, se preparar para surfar nessas águas é a forma mais fácil de atingir os objetivos esperados com o crescimento do turismo local.
Não existem limites para a inovação turística, mas é bom começar do básico, com um perfil nas redes sociais onde a empresa ou cidade vai divulgar suas novidades, promoções e dicas de turismo. A partir daí, tudo é possível: desde sair colocando QR Codes pela cidade, como fez o governo de Portugal, a fim de promover campanhas específicas, até disseminar conteúdos e aplicativos para que os turistas possam levar seus animais de estimação nas viagens, tudo vale.
O que não pode é ver para o turismo com um olhar ultrapassado e preguiçoso. Inovar é preciso, e vai ser, dentro de poucos anos, o que diferirá os bons destinos das viagens que ninguém quer fazer simplesmente porque não traz nenhuma novidade na experiência do usuário.