Dizer que a tecnologia está caminhando a passos largos para ajudar o turismo a se desenvolver é chover no molhado – e, se você acompanha esse blog, já se deu conta disso há muito tempo.
O que talvez você ainda não saiba é que a análise de dados que a tecnologia facilita pode ultrapassar até as barreiras mais particulares do ser humano, como as emocionais, por exemplo.
Hoje, é possível encontrar indícios de como um turista se sente através de suas redes sociais, da forma com que se comunica com as pessoas na internet sobre o destino visitado e, também, dos rastros que deixa pelos lugares que visita, tanto em check-in em determinadas localizações quanto em gastos no cartão de crédito.
Para começar, não é preciso ir longe: um perfil de Facebook ou uma pesquisa no Google pode mostrar o caminho percorrido por um turista até a decisão de compra por uma viagem ou a intenção de compartilhar esse destino com seus círculos de familiares e amigos.
Enquanto viaja, o turista demonstra todo o seu sentimento em relação à cidade de estadia, seja ao publicar em tempo real coisas que lhe agradam, usando hashtags e outros recursos para espalhar a notícia, seja ao contar detalhes da jornada em seus grupos de WhatsApp.
Porém, os recursos tecnológicos estão indo além na esperança de detectar mais características que o viajante não vai deixar transparecer tão facilmente. Algumas cidades já se utilizam de câmeras para capturar reações frente a um ponto turístico importante ou obra exposta em uma galeria.
Quanto mais informações, melhor. E já tem gente fazendo um ótimo trabalho ao medir o sentimento dos turistas com ajuda da tecnologia.
O uso da tecnologia da detecção de sentimentos
Quer ver como a tecnologia está ajudando o mercado turístico a entender cada vez mais (e melhor) o perfil de seus visitantes?
Os exemplos abaixo vão mostrar que não há limites para a criatividade na hora de implementar inovação no turismo.
#1 Reconhecimento facial para planejamento de viagens
Já pensou que fosse possível ajudar um turista a planejar viagens utilizando apenas o seu rosto como ferramenta para esse objetivo?
Se acha que é impossível, dê uma olhadinha na iniciativa do Havaí, que fez exatamente isso: desenvolveu uma estratégia de planejamento de pontos turísticos por reconhecimento facial.
Através de uma campanha surpreendente, o governo do Havaí mostra aos visitantes que quiserem participar dela algumas imagens de drone das ilhas havaianas, sugerindo que o façam com um software de reconhecimento facial. Assim, enquanto assistem ao vídeo dos pontos turísticos, o software vai identificando as expressões faciais do viajante e já separando algumas opções de acordo com as reações.
Se o turista achou algo muito absurdo e franziu a testa, por exemplo, esse passeio será retirado da lista de sugestões. Agora, se tiver sorrido de orelha a orelha por um outro momento do vídeo, o passeio será considerado como uma das principais opções para o turista.
#2 Tecnologia voltada para segurança das cidades
Outra boa aplicação de reconhecimento facial vem da China, onde algumas cidades já se utilizam dessa inovação para permitir (ou não) a entrada de turistas em seus limites.
A principal delas é Wuzhen, uma reconhecida cidade turística, que deixou de lado o velho hábito de pedir identidade com foto para usar um sistema de câmeras que reconhece os visitantes. Assim, todos eles são registrados em poucos segundos – e as autoridades já sabem se alguém não tiver a entrada permitida.
Aqui, nem mesmo os sentimentos fazem a diferença: o turista pode estar rindo, chorando ou bravo que, mesmo assim, será checado pela segurança da cidade.
#3 Sensações como prioridade
Se você quiser se inspirar com tecnologia de ponta para medir sentimentos e propor soluções de viagens, vá até o site do Ebookers para testar, por você mesmo, o quanto os sentimentos e sensações importam no mercado de turismo.
Com as opções de utilizar reconhecimento facial (através da câmera frontal do seu aparelho digital) ou escolher as sugestões manualmente, o site te leva a ouvir alguns sons e escolher as coisas que mais deixariam sua viagem do jeito que você gosta.
Ao criar múltiplas sensações e seguir seu olhar – ou seu clique – o site vai recolhendo informações e, ao fim de oito passos, te sugere algumas viagens dependendo das respostas sensoriais que você deu.
Dessa forma, fica bem mais fácil tirar da cabeça a dúvida de qual lugar visitar nas suas próximas férias.
Esses foram os exemplos que mais me marcaram nesse início de ano sobre a medição de sentimentos via tecnologia e inovação. Se você tiver mais sugestões, deixe aqui nos comentários para que a gente discuta sobre o assunto.