Passear pelas cidades históricas proporciona ao turista uma série de sentimentos, já que é possível conhecer um pouco do passado e costumes de cada localidade em uma única viagem. Não é a toa que lugares como Ouro Preto, Tiradentes, Olinda, Paraty e Petrópolis, dentre tantas outras, recebem visitantes em todas as épocas do ano.
O mundo está povoado de história e suas cidades guardam em museus, igrejas e monumentos um grande acervo cultural que, ao mesmo tempo em que precisam ser preservados, também devem estar à disposição das pessoas. Assim, elas podem conhecer os acontecimentos de determinada época e suas implicações nos dias atuais.
O que são cidades históricas?
As cidades históricas são aquelas que foram preservadas na sua originalidade. Elas abrigam construções antigas tais como monumentos, casas, igrejas, conventos e outras edificações de valor histórico que contam os fatos importantes do passado de cada povo.
As cidades consideradas históricas têm relevância mundial por guardarem riquezas materiais e culturais que identificam uma época. Elas também representam as memórias e costumes de toda uma comunidade ou período histórico. Muitas dessas localidades são tombadas pela UNESCO, que visa estimular a preservação dos legados culturais e naturais do passado para as futuras gerações.
Pensando nisso, algumas práticas inovadoras estão sendo aplicadas na conservação e promoção da herança cultural nas cidades históricas, melhorando, assim, a experiência do turista.
Inovações que podem aquecer o turismo
Diariamente, cidades do mundo todo recebem visitantes que entram e saem de suas edificações históricas e consomem suas informações culturais. Imagine a quantidade de pessoas que disputam por um espaço para ver a Monalisa no Museu do Louvre ou o teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo.
Melhorar a vivência do turista e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio histórico é um grande desafio. Afinal, toda essa herança cultural, que deve ser compartilhada, é também um estímulo para o desenvolvimento da região.
Práticas inovadoras como, por exemplo, a digitalização dos museus, já estão sendo consideradas. A partir dessa iniciativa, muitos artefatos e documentos são escaneados e expostos nos meios digitais para consultas e apreciação – o que não substitui a experiência da vida real, mas destrói o obstáculo geográfico da visitação.
Alguns projetos estão sendo desenvolvidos para aprimorar os mecanismos já utilizados, para aumentar a credibilidade das instituições e fomentar a construção de comunidades que se envolvam fisicamente com a herança cultural deixada pelas cidades históricas.
Curadoria digital
Muitos museus estão sendo redefinidos para a era digital. Porém, isso não deve significar o afastamento de pessoas das instituições e muito menos uma individualização excessiva na busca de consumo cultural. A aproximação da audiência que quer ser encorajada a novas experiências é o grande trunfo da curadoria digital.
A curadoria digital é uma forma de criar e gerir as atividades de um museu histórico. Como exemplo, temos a reformulação de sites que permitem acessos em telas de smartphones e plataformas que direcionam os visitantes dentro da própria instituição.
Nesse sentido, podemos citar o projeto GIFT, financiado pela União Europeia, que explora formas híbridas de experiências de museu virtual, usando formatos digitais para permitir outras formas de descobertas do local, como um espaço físico e virtual.
O GIFT permite que o visitante aproveite tecnologias que conseguem medir as respostas emocionais ao trabalho artístico, sendo possível compartilhar essa experiência com outros usuários.
Conservação digital
A tecnologia digital é uma grande conhecida das maiorias das instituições históricas e culturais do mundo. Ela atua na organização, catalogação, gerenciamento e na conexão dos visitantes com o acervo.
Mas a ferramenta traz também outros benefícios além de explorar e consumir a herança cultural. Ela pode ajudar nos trabalhos de conservação de bens materiais.
O desenvolvimento de um modelo em 3D de alta resolução permitiu a restauração de uma peça sacra na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. A tecnologia propiciou a identificação dos danos que haviam sido causados antes da restauração, assim como avaliar a reação do monumento diante de uma atividade sísmica. Com os dados em mãos foi possível planejar a reabilitação da peça de acordo com a avaliação realizada.
Identidade Cultural
Uma dos maiores legados que deixamos para as gerações futuras é uma herança cultural forte e consolidada. Na Europa, por exemplo, existem iniciativas que não só apoiam o patrimônio cultural, mas também traz a ideia de uma identidade europeia em que todos partilham do mesmo sentimento.
Os rótulos do patrimônio são atribuídos a locais de importância para a história da Europa, cujo foco é a promoção e a facilitação do acesso a destinos culturais. Trata-se de uma competição em que as cidades de toda União Europeia participam e disputam o título anual de Capital Europeia da Cultura.
Funciona assim: ao longo do ano, diversos projetos e eventos são realizados com o objetivo de incentivar as pessoas a descobrirem e explorarem o patrimônio cultural da Europa, reforçando, assim, o sentimento de pertencer àquele lugar. Ao final, uma comissão julgadora concede a duas cidades um “prêmio” de participarem de um programa cultural que tem a duração de um ano.
As cidades históricas por si só já atraem o turismo pela sua beleza estética e por toda simbologia que existe por trás de cada monumento e acervos encontrados nesses lugares. Mas as ações inovadoras têm sido praticadas com o intuito de promover não só o turismo, mas um olhar diferenciado em relação ao patrimônio e ao costume de cada localidade.
E você, conhece alguma prática inovadora de turismo em cidades históricas? Compartilhe com a gente!