No Brasil, o turismo que foca em roteiros ferroviários ainda não é tão popular, embora venha apresentando um crescimento gradual nos últimos anos. De acordo com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), de 2004 a 2014 tínhamos 17 trens turísticos e culturais autorizados e em funcionamento. Hoje, existem 28 roteiros sobre os trilhos, incluindo, também, os regulares.
Se olharmos o tamanho do país e a quantidade de atrativos que temos, o número é pequeno e poderia ser melhor explorado. No entanto, os que existem conseguem suprir os objetivos, proporcionando uma viagem agradável, charmosa e até um pouco nostálgica aos turistas.
Em outros países, como os da Europa, esse tipo de transporte é mais comum e bastante apreciado pelos turistas. Além de serem economicamente mais viáveis, são confortáveis, seguros e uma ótima opção para quem quer conhecer vários lugares sem gastar muito.
Não há como negar que, tanto no Brasil quanto em outros países, a experiência de viagem é marcante, muito em função das belas paisagens que envolvem o caminho por onde o trem passa.
Para que você possa planejar as suas próximas férias, listamos 5 roteiros ferroviários para quem é apaixonado por trem. Confira!
Suíça – Bernina Express
Esse é um trem panorâmico que atravessa os Alpes pela Ferrovia Rética, maior companhia ferroviária da Suíça. A ferrovia é histórica e tombada pela Unesco, tendo um traçado diferente, com o viaduto em espiral.
O trajeto tradicional do Bernina Express vai de St. Moritz até Tirano, na Itália. Com a expansão da rota, o trecho turístico passa a ser Chur ou Lanquart/Davos até St. Moritz, seguindo até Tirano. Depois, pega-se um ônibus até Lugano, na Suíça.
O mais interessante desse passeio é que as montanhas ficam permanentemente nevadas, mesmo no verão. Então, se o seu desejo é ver a neve, sinta-se livre para fazer a viagem em qualquer época do ano.
O passeio completo, saindo de Chur, dura 4h10min e de Tirano até Lugano são mais 3 horas de ônibus.
Peru – Cusco – Águas Calientes
O sonho de todo mochileiro pela América do Sul é conhecer Machu Picchu, construção arquitetônica do Império Inca. Mas, para chegar à cidadela, que fica no alto da Cordilheira dos Andes, o turista precisa pegar o trem em Cusco, em uma das três estações ferroviárias (Poroy, Urubamba ou Ollantaytambo) e curtir o trajeto até a cidade de Águas Calientes, onde fica Machu Picchu.
A viagem dura aproximadamente 3h15min e é realizada por duas empresas que têm autorização para viajar por trilho até o Vale Sagrado: Peru Rail e Inca Rail. Cada uma delas possui quatro tipos de serviços diferentes. Ou seja, dependendo do quanto deseja desembolsar, o viajante pode escolher trens de alto luxo, com vagões decorados, serviço de bordo e apresentações artísticas.
Independentemente da escolha da cabine, todos os trens para Machu Picchu possuem janelas panorâmicas para que o passageiro possa desfrutar da maravilhosa paisagem dos Andes enquanto se desloca.
Expresso Oriente
Mais que um transporte que desloca passageiros de um destino a outro, o Expresso Oriente é sinônimo de luxo, requinte e história. Cenário do clássico literário de Agatha Christie, O Assassintato no Expresso Oriente, os vagões são pura sofisticação em estilo vintage.
Operado pela empresa Belmond, o trem traz a bordo mordomos de uniformes azuis, cabines privativas com lavabo, restaurante em estilo art decó e jantares de gala com cardápios requintados.
Com vagões originais de 1920, o trem foi totalmente restaurado, de forma a preservar o glamour do passado. Seu roteiro inclui rotas como Londres a Veneza, Paris a Veneza, Istambul a Paris e Berlim a Paris.
Viver todo esse luxo tem um preço: quem tiver disposto a pagar pode desembolsar cerca de 28 mil reais por pessoa.
Tiradentes – São João Del Rei
Como o mineiro não perde o trem, a Maria Fumaça mais antiga em operação no país fica em Minas Gerais. Ela transporta turistas entre duas cidades históricas, Tiradentes e São João Del Rei, fundadas no começo do século XVIII.
A pequena viagem, que ocorre na Estrada de Ferro Oeste de Minas, de 1881, percorre 12 quilômetros, passando pelo Rio das Mortes e pela Serra de São José. Os vagões não ostentam luxo, como nos trens europeus, mas o passeio presenteia o turista com uma paisagem bucólica, cidades simples e um mergulho pela história ferroviária de Minas Gerais.
Outra atração do passeio é a Rotunda, o incrível giro da locomotiva. Ao chegar no destino, ela é desengatada do vagão e virada manualmente para mudar o sentido da viagem, preservando assim um costume antigo da época da Maria Fumaça.
O turista ainda pode comprar doces típicos dentro dos vagões, antes da saída dos trens, e fazer uma foto “de época” como lembrança, na Estação Ferroviária de São João del Rei.
Curitiba – Morretes
O passeio de trem entre Curitiba e Morretes no Paraná é um dos mais famosos do Brasil. Isso porque o trajeto revela paisagens de tirar o fôlego, como a maior área contínua de Mata Atlântica preservada no país, com montanhas, desfiladeiros, paredões de pedra, rios, cascatas e penhascos. Como se não bastasse tudo isso, o turista ganha uma volta ao passado, já que a ferrovia inaugurada em 1885 foi uma das grandes obras da engenharia mundial.
Embora seja um dos passeios de trem mais longos do Brasil, 110 quilômetros percorridos em 4 horas, vale cada minuto. E, ao final, é possível visitar Morretes, uma cidade histórica, com casarões coloniais, lojinhas que vendem produtos artesanais, além de ótimos restaurantes que servem o barreado, um prato típico da região preparado com carne bovina.
Esse artigo despertou em você aquela vontade de fazer um passeio de trem? Escolha a sua opção e volte aqui para nos contar como foi! Para saber outras novidades no setor de turismo, continue lendo o blog Turismo e Inovação!