O termo “novo normal” vem sendo empregado por influenciadores, estudiosos e órgãos da imprensa para denominar o formato dos hábitos de vida na quarentena e pós-pandemia. O setor de turismo é um dos que mais teve reflexos nessa rotina inédita, em que viagens foram adiadas ou canceladas não por razões econômicas, mas por conta do fechamento de fronteiras em todo o mundo.
Para nossa sorte, tanto como turistas quanto agentes e acadêmicos de turismo, a inovação provou o clichê: é possível viajar sem sair de casa. E ela também não nos deixou na mão para o planejamento de viagens futuras.
Abaixo, destaco as iniciativas que mais podem impactar a retomada do turismo, inspirando empresas e órgãos públicos a tirar dessa crise de 2020 as melhores oportunidades de se reinventar.
Ver a cidade “antes”, pelo Google Street View
Graças à impossibilidade de se deslocar fisicamente nos primeiros meses de 2020, muita gente explorou o turismo pelo computador, através do Google Street View, ferramenta que possibilita a visualização de ruas, monumentos e pontos turísticos diversos.
Essa nova “forma de visita” não deve parar após a pandemia – e, por isso, uma dica para os órgãos públicos de turismo é deixar a cidade cada vez mais bonita, já que há grandes chances de o visitante dar uma espiada antes de comprar o pacote.
Não apenas os setores públicos, mas grandes atrações privadas também deveriam enxergar como oportunidade de atração do público esse tipo de ação. Essa pode ser uma maneira de estimular o desejo de visitação das pessoas, que ficarão encantadas pelos espaços mesmo a distância.
Uma das parte mais prazerosas de viajar é o planejar roteiro e atividades para o passeio. Com o uso de ferramentas como o Google Street View você se familiariza com o lugar e ainda descobre restaurantes e pontos de transporte público, tudo para facilitar a sua estadia na cidade.
Procura por low cost
Uma das maiores expectativas dos turistas é a respeito das passagens aéreas e ferroviárias (principalmente na Europa) após a pandemia, já que as companhias aéreas, de modo geral, perderam muito dinheiro em 2020.
A dúvida é: será que elas vão aumentar o custo das passagens, principalmente para diminuir a quantidade de passageiros dentro dos meios de transporte (como medida de segurança), ou vão diminuí-las consideravelmente, visando correr atrás do prejuízo?
As empresas low cost, ou de baixo custo, são conhecidas por atraírem um público com renda menor, mas que deseja viajar e conhecer o mundo, mesmo gastando pouco para isso. No Brasil, essas empresas ainda não foram bem estabelecidas, principalmente na aviação. Contudo, essa realidade pode estar mais próxima de mudar do que imaginamos.
A maior desconfiança quanto às companhias de aviação low cost é referente à segurança. Afinal, é realmente seguro utilizar o serviço? Outra questão que costuma surgir é a identificação das principais empresas em operação no Brasil atualmente.
A dica é fazer pesquisas na internet e avaliar se as taxas das companhias desse estilo estão realmente mais em conta do que as mais tradicionais. Ainda, repare no relato de quem já utilizou o transporte e qual a nota dos usuários.
Documentações, exames e vacinas
Ainda não dá pra saber, ao certo, o que será exigido em cada país para entrada e saída de visitantes, do ponto de vista da segurança sanitária. Por isso, é possível que muitos turistas apresentem dúvidas urgentes sobre o que deve ser levado em consideração para poder viajar sem problemas.
É de suma importância que empresas de turismo e órgãos públicos atualizem e divulguem suas políticas sobre isso. A antecedência ao requisito pode fazer a diferença entre a venda de um pacote ou seu ostracismo.
Vale lembrar que, atualmente, o passaporte com visto para os brasileiros é a maior das exigência de grande parte dos países. Fique atento quanto a data de validade do documento. Alguns lugares não aceitam a visita de estrangeiros com o período de renovação inferior a 6 meses, por exemplo.
Devido à pandemia, alguns setores para solicitação e retirada da segunda via do passaporte estão com certa lentidão e restrição de atendimento. Por isso, não deixe para a última hora, caso já tenha alguma viagem em vista.
Para visitas à países onde o documento de identidade é suficiente para autorização da entrada, verifique a situação do seu RG. A foto deve ser atual e estar em bom estado de conservação. Lembre-se de que apresentar a CNH não servirá como passe de entrada. Então, mantenha os seus principais documentos atualizados.
Outra obrigatoriedade a ser cumprida está no cartão de vacinas, que deve estar em dia. Muitos países exigem o CIVP (Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia), que identificam a sua imunidade principalmente quanto à febre amarela. Depois da atualização do cartão, você pode solicitar o certificado logo em seguida.
De forma geral, o planejamento de viagens tende a mudar bastante a partir de 2020. Por isso, quem trabalha com turismo deve antecipar-se para responder às expectativas do “novo turista”, com novas restrições, novos medos e novas expectativas tanto para sua experiência em viagem quanto sua integridade física.
Quem se antecipar, inovar e conseguir responder a esses anseios corretamente poderá sair na frente quando a retomada for possível.
O que você, como agente de turismo, está fazendo em relação a isso? Deixe nos comentários e vamos continuar a conversa.