Mais um ano está chegando ao fim e continuamos falando de inovação em turismo, basicamente por dois motivos: o primeiro é que o próprio nome já diz que o assunto sempre trará novidades, e o segundo é porque nem sempre conseguimos identificar os pontos para que a inovação seja, de fato, realizada.
É por isso que, nos últimos dias do ano, os setores de turismo público e privado devem pensar em questões cruciais que vão balizar as alternativas inovadoras em um futuro próximo. Afinal, as respostas só podem ajudar quando fazemos as perguntas certas.
Abaixo estão cinco questões cruciais para pensar em melhorias nos anos que virão. Elas não são as únicas, mas podem atuar como as primeiras da sua lista, no intuito de conseguir uma nova visão sobre as possibilidades futuras.
#1 O que nos impede de inovar?
Muitas organizações, públicas ou privadas, respondem a essa pergunta imediatamente, com a resposta: dinheiro. Acontece que a inovação em turismo não precisa ser cara para ser realizada.
Existem alternativas de custo mínimo que podem fazer enorme diferença para o crescimento da inovação no setor. O Ministério do Turismo, por exemplo, idealizou uma série de hackatons – maratonas focadas em desenvolvimento tecnológico – para achar soluções “econômicas” em Big Data e Inteligência Artificial.
Nesse caso, programar-se com antecedência mínima de dois anos, trazendo projetos relevantes, é uma boa ideia.
#2 O que define uma cidade inovadora?
Não são carros voadores e nem hotéis que se constroem sozinhos: o que define uma cidade inovadora são as pessoas e suas atitudes para simplificar a experiência de quem vem de fora e quer imergir na visão local.
Claro que a tecnologia faz uma diferença enorme nesse contexto, através de aplicativos desenvolvidos pelas cidades, para mapear pontos turísticos, e da automatização de serviços, como check-in e check-out online ou por máquinas, nos lobbys das hospedarias, mas ser uma cidade inovadora não é só sobre isso.
O que faz a cidade ser inovadora é a combinação das vantagens locais e das possibilidades de experimentar o novo. A partir daí, vale a pena pensar em ser, também, uma cidade inteligente – conceito que alia as soluções tecnológicas às iniciativas turísticas do município.
#3 Como melhorar os índices de turismo no Brasil?
Essa pergunta é recorrente e as respostas são tão diversas quanto as cidades turísticas do país. Para não se perder em hipóteses que, às vezes, não vão funcionar para a sua localidade, faça um levantamento simples do que, hoje, prejudica o crescimento turístico na cidade em questão.
Por exemplo: o Rio de Janeiro é o destino mais procurado do país, mas pode melhorar seus índices caso consiga combater a violência com eficácia, já que esse é um tópico que pode afastar turistas da cidade. Da mesma forma, o transporte para algumas cidades, a falta de cuidado com os pontos turísticos em outra ou a inexistência de apelos para o turismo podem empacar o crescimento do setor.
A boa notícia é que, na maioria das vezes, esses e outros problemas são de fácil resolução, desde que o poder público e a iniciativa privada se aliem em prol da inovação em turismo.
Portanto, a principal forma de melhorar os índices é ter esses dois setores alinhados em objetivos comuns.
#4 Consigo inovar sem tecnologia?
A inovação pressupõe novas soluções a velhos problemas. Se a tecnologia é uma maneira de trazer ideias à tona, ela não é a única. Inovar é mais sobre adaptar ferramentas, sistemas, equipamentos ou comportamentos do que sobre ter tecnologia de ponta em cada esquina.
O conceito da inovação é amplo e não se aplica apenas ao que acabou de sair nas revistas especializadas. Por exemplo: revitalizar um parque da cidade que andava esquecido, ou fazer um antigo edifício histórico se tornar um museu de arte moderna, são excelentes opções de inovação local.
#5 Quais são as próximas tendências de turismo?
Quem quer inovar em turismo de olho nas próximas tendências deve prestar atenção para as mini-viagens, que acontecem aos fins de semana prolongados.
Se, antes, as pessoas programavam ir de São Paulo a Montevidéu, por exemplo, por seis dias, nos próximos anos essa mesma viagem pode durar apenas três noites. Assim, as empresas de turismo e as cidades devem se atentar para ofertar o melhor possível em curtos espaços de tempo.
Outra tendência que vai pedir inovação em turismo é a viagem a lugares inexplorados, e não só para passear, mas, também, para fazer trabalho voluntário. Um passeio na Amazônia pode virar quinze dias de trabalho com as populações ribeirinhas, uma viagem ao safári da África pode se estender por um mês, para a construção de moradias.
Portanto, é importante que as organizações turísticas se preparem – e preparem pacotes específicos – para isso.
As tendências tecnológicas estão cada vez mais ligadas à inteligência artificial, big data e realidade aumentada. Contudo, a adoção da tecnologia vai depender da demanda e da proposta de valor de cada iniciativa de turismo.
Não adianta ser tecnológico só por ser: é preciso tornar o turismo mais eficaz a partir de cada atitude inovadora. Lembre-se disso antes de comprometer o orçamento com ideias que, de repente, não vão trazer retorno.
E você, no que anda pensando para a inovação em turismo nos próximos anos? Deixe sua contribuição nos comentários e vamos continuar essa conversa.