Nada faz tão bem a um negócio do que conhecer a fundo seu público-alvo, e essa realidade é ainda mais lucrativa quando falamos da esfera do turismo. Afinal, o mundo tem tantas pessoas quanto lugares a se conhecer, e querer receber todos os perfis dentro de um único destino é, além de impossível, uma grande ilusão.
Para vencer a barreira de desconhecimento do público e pensar em ações e promoções cada vez mais focadas, alguns países, cidades e pontos turísticos desenvolveram cartões que registram todas as atividades que o visitante realiza enquanto está em determinado local. Essa tecnologia funciona como um passaporte do turista e demonstra suas preferências, limites de orçamento e até o mapa de suas interações com o destino visitado.
Tudo isso impacta diretamente em como o perfil do turista é delineado para cada lugar visitado – e, consequentemente, em como será tratado pelas iniciativas locais. O uso da tecnologia para conhecer melhor o perfil do turista é uma das maneiras mais lucrativas de fazer com que ele volte muitas vezes. Ou, no mínimo, que os próximos turistas já tenham versões melhores das atividades de sempre.
A pulseira Disney
Um dos exemplos mais icônicos de como a tecnologia pode auxiliar agentes de promoção turística a melhorar seus serviços é a pulseira da Disney, que atua como um passaporte turístico para cada pessoa dentro de seus parques.
Chamada de MagicBand, a pulseira digital feita de plástico integra diferentes serviços nos parques da Disney e permite à organização local oferecer a cada visitante uma experiência personalizada mediante seu perfil de compras, desde a escolha pela hospedagem até o que está comendo dentro do parque.
A pulseira Disney também serve como chave do quarto, se a pessoa estiver hospedada em um dos hotéis do complexo, e ingressos para as atrações dos parques. Quanto mais informações ela recolher, mais o visitante tem a chance de usufruir de uma experiência única, infinitamente personalizada para ele.
O caso Espírito Santo
Se você acha que é só lá fora que a tecnologia agrega valor ao turismo, veja esse exemplo do Espírito Santo, no sudeste brasileiro: em parceria com representantes de telefonia móvel, a Secretaria de Estado do Turismo capixaba criou uma ferramenta que capta dados importantes de turismo, como movimentação individual, localização e tempo de permanência dos visitantes nos pontos turísticos.
Com o cruzamento de vários dados, essa tecnologia também está apta a analisar o perfil socioeconômico e comportamental de quem visita o Espírito Santo, mostrando às áreas de turismo do estado, inclusive a de marketing, qual é o perfil ideal para direcionar suas ações. O uso da telefonia móvel, nesse caso, permite aos analistas de dados um campo extenso de informações, já que a tecnologia abrange todo o território capixaba e recolhe dados 24 horas por dia. Isso significa que qualquer município usado como destino turístico por quem entra no Espírito Santo pode fornecer números preciosos… e, claro, se retroalimentar dessas informações para benefício turístico próprio.
Big Data e o comportamento do turista na Tasmânia
Um outro exemplo de que a tecnologia e a tomada de decisão podem (e devem) caminhar juntas é o Sense-T Sensing Tourist Travel Project, um sensor que monitora em tempo real, via Redes Sociais, como o turista se movimenta na Tasmânia. O projeto coleta as informações dos perfis das pessoas que publicam fotos ou que fazem “check-in” nos locais que visitam, por exemplo.
Também é possível reunir comentários e descritivos da viagem de usuários no local, a medida em que relatam. Com o projeto foi possível verificar o comportamento dos turistas até mesmo em viagens espontâneas para o estado, já que o clima na Tasmânia é inconstante.
E você, já viu alguma iniciativa de definição de perfil para o turismo que seja tão inovadora quanto essas duas? Deixe as opções nos comentários para seguirmos falando mais sobre assunto que pode (e vai) redefinir a forma como a leitura do turista é feita, hoje, no mundo.